segunda-feira, 17 de agosto de 2009

CAPÍTULO UM- Ernervo Malfoy.

Harry estava arrumando o malão de roupas, naquele momento algo que lhe fazia muita falta eram seus amigos de seu lado. Provavelmente, Rony estaria no campo de quadribol, o lugar preferido de Fred, seu irmão agora falecido e, Hermione, no salão principal, ajudando na reconstrução. Ou os dois estariam provavelmente “juntos”, assim como fizeram da última vez, no último dia da guerra. Harry conseguiu rir sozinho só de cogitar a última opção.
Ele pegou os restos de papéis que estavam sobre sua escrivaninha, e assim que viu uma carta de Sirius, de anos atrás, lembrou tanto de seu falecido padrinho quanto de sua coruja branca, Edwiges. Harry olhava para os dedos com pequenas marcas de bicada de coruja, nesse momento, ele ficou angustiado.
Deixar Hogwarts parecia inevitável, e por um momento, até impossível, porque desta vez, ele não voltaria para casa para encontrar seu tio Válter que o culparia por tudo, ele não encontraria Duda se empanturrando de comida até o pescoço, e muito menos, os vestidos chamativos e coloridos de tia Petúnia... Ele estava sozinho agora.
Puxou o malão escadaria abaixo e foi direto para a estação de trem, lá, encontrou Lilá Brown e Parvati Patil, chorando e abraçando uma a outra, e suspiravam palavras como: “sentirei sua falta” ou “me escreva no verão”. Hagrid estava na estação, como sempre, esperando o embarque do trem, mostrando aos alunos do segundo ano – que pareciam extremamente menores este ano – o caminho a seus vagões.
De longe, Harry viu um rapaz magro, alto e de cabelos gritantemente ruivos - Rony -. Com certa alegria, Harry correu para o encontro do amigo, Rony percebeu a presença de Harry e lhe deu uma tapinha nas costas – coisa de melhores amigos mesmo. - Rony estava impressionantemente alto, e bem mais magro, mas de um jeito saudável. Harry sorriu, afinal, como ele sempre dizia: “quadribol faz bem a todo mundo”. Rony estava com uma lamparina acesa na mão, enquanto dirigia alguns alunos menores para seus vagões, ao lado de Harry – do lado de Rony, os alunos pareciam bem menores -.
- Cara, não sei que poção estão dando para esses anõezinhos dos primeiros anos, mas se for pra encolher, está funcionando super bem!- brincou Rony. - Por falar em poções, onde está Hermione?
- Não faço idéia de onde ela esteja... Você foi o primeiro conhecido que encontrei. - Na verdade, Harry, Padma e Lilá nunca foram assim tão chegados -. Mas tenho certeza de que ela está bem!- adicionou Harry rapidamente, assim que viu a expressão de preocupação no rosto de Rony -. Ela deve estar dando um adeus aos milhões de livros que leu da biblioteca da escola.
E pelo jeito, Harry estava certo. Lá estava ela, com várias malas, livros e penas que carregava de modo bastante desajeitado. Na verdade, Harry nunca tinha visto Hermione parecer desajeitada, era bastante engraçado. Rony e ele correram a seu encontro, e assim que os viu, ela abriu o maior sorriso. Deixando umas penas de lado, ela os abraçou fortemente como se fosse a última vez que estivessem se vendo.
- Nossa Hermione, calma! Nos veremos no verão, lembra?- disse Rony, rindo- e estaremos no mesmo vagão juntos, não precisa ficar tão emocional assim.
- Ah, é?- disse Hermione, agora enxugando suas lágrimas com a manga da roupa – quem não me garante que vocês bobocas não vão arrumar encrenca antes mesmo de entrarmos no trem, eh?
- Nossa, encrenca o bastante para não nos vermos nunca mais?- disse Harry, rindo com Rony - Sou mais do tipo de detenções, mas enfim...
- Vocês são muito sentimentais, não é?- disse ela sarcasticamente – eu ainda me pergunto por que ando com vocês.
- Acho que todos aqui estamos nos perguntando o mesmo – disse Rony, caçoando de Hermione, e automaticamente, levou um soquinho da garota, bem no ombro -.
Gina chegou correndo, se debruçou nos braços de Harry e lhe deu um grande abraço. Ela se virou para Rony e Hermione, que olhavam a cena, meio que felizes. Gina virou-se para Hermione e disse:
- Olhe lá, Hermione, esse é meu irmão, você sabe no que está se metendo, não sabe?- Hermione tinha ficado vermelha automaticamente, da cor das orelhas de Rony naquele momento.
- Cala a boca, Gina – disse Rony, num tom de timidez – bom, por mais que eu aprecie as insinuações da minha irmã, temos que entrar no trem agora, Hagrid parece extremamente impaciente hoje.
- Vamos, então... - disse Harry -.
Eles entraram no vagão e o olharam com certo carinho, sabendo que aquela seria a última vez que eles entrariam naqueles velhos vagões. Eles sentaram numa cabine que iniciava o vagão. Hermione botou todos os livros de lado, e pareceu com mais postura agora, sem todos aqueles livros tão grossos e pesados, Rony desembrulhou um pacote embrulhado da mochila, uma caixa de feijõezinhos mágicos.
- Alguém quer um?- disse Rony, oferecendo a Harry e a Hermione-.
Harry acenou que sim com a cabeça e pegou um punhado com a mão, enquanto Hermione franziu a testa, em sinal de desaprovação.
- Não sei como vocês comem algo tão repugnante assim- disse, empurrando a caixinha de volta para Rony, cruzando os braços – é horrível!
- Ah, vamos Mione, deixe de ser chata, feijõezinhos são ótimos! Prove um – disse Rony, apontando a caixa de novo para a garota, que parecia estar perdendo a calma-.
- Não, não e não! Não quero comer essas melecas açucaradas!
- Bom ai está uma pessoa que não teve infância!- disse Rony caçoando, apenas Harry riu, ela fechou a cara para os dois e ficou olhando pela janela. A viagem estava bem mais agitada do que as outras, Neville já tinha deixado seu sapo, Trevo escapar duas vezes, Lilá e Padma gritavam histericamente quando tocaram a última música das Esquisitonas na rádio, Bichento havia comido dois sapos de chocolate de Rony, e sua dona obviamente, deu razão ao gato.
- Você não deveria deixar suas porcarias açucaradas por aí- dizia ela.
- Ah, então são porcarias? Por isso que seu gato as come, não acha?- e passaram a brigar quase a metade da viagem inteira.
Harry agora lia “Doze jeitos infalíveis de conquistar bruxas”- presente de aniversário dado pelo amigo Rony. Hermione, que coçava atrás das orelhas laranjadas de bichano, ria com desprezo da capa do livro.
- Harry, porque está lendo uma coisa dessas?- perguntou ela, enquanto bichento saltava para o banco ao seu lado- quem lhe deu isso?
- Não importa, deixe o cara ler o que ele quiser, não é problema seu Mione- disse Rony, bravo, com as orelhas ficando enrubescidas: e todos sabiam que isso nunca era um bom sinal.
- Ah, me desculpe então!- disse a garota ofendida, porém, deixando Harry surpreso, afinal, algo que você nunca vê duas vezes na vida é Hermione Granger pedir desculpas, ela tem muito orgulho pra algo assim.
- Ei Harry, não quer passar o verão na minha casa? Minha mãe está um pouco abalada, você sabe, com a morte de... - e ele parou por ai mesmo, Rony não conseguia terminar a frase, simplesmente não conseguia! Mas ninguém ainda havia se conformado com a morte de Fred Weasley. Era como se houvessem matado uma parte de Jorge, e isso atingia muito Rony, em parte por serem irmãos, e em parte por ter os gêmeos como seus irmãos preferidos, e eles de fato, eram os melhores. Hermione agora parecia ter se acalmado e encostou a cabeça no ombro de Rony, em forma de consolo. Harry deu tapinhas de leve no ombro do amigo, conformando-o.
- Gente, é sério, eu estou bem. - disse Rony, desencostando a cabeça de Hermione de seu ombro e empurrando a mão de Harry, levemente.
- Você tem todo o direito de ficar assim, Rony, ninguém aqui está feliz com... Com o que aconteceu... - Disse Hermione- Estamos aqui pra te apoiar! - quando ela disse isso, seus olhos brilharam de lágrimas, que agora borbulhavam e desciam por sua face. Rony se recompôs e enxugou as lágrimas do rosto de Hermione, com apenas a ponta dos dedos, e pôs seus braços ao redor do ombro dela.
- Ah, ainda não acredito que estamos indo embora de Hogwarts!- disse Harry, lamentando.
- Nem eu- disse Hermione, se soltando dos braços do garoto ruivo – achei estranho, afinal, passamos sete anos de nossas vidas aqui! Fiquei extremamente chateada quando estava arrumando meu malão.
- Eu também... - disse Harry, com tristeza -.
- Eu não! – disse Rony, abrindo um grande sorriso -.

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